segunda-feira, 6 de julho de 2009

OS LUSO-IANQUES CONTRA OS ANESTESIADOS TUPINIQUINS

Todos os brasileiros, deviam ler este texto, do professor Francisco, abaixo e refletir, em como a nossa educação está sendo sucateada, por lideranças, que com belo discurso, mentem e com isso revelam que não se importa realmente com o povo, e sim com o capital, quero dizer com o dinheiro público, que tem sido desviado para traficantes do conhecimento, estes vendedores de cursinhos, e pseudo-diplomas. Talvez devíamos nos perguntar: Quem vai pagar(a conta) por tanta mentira? ou ainda, Quem propaga estas idéias de que alguns recebe o direito de serem, ricos e ter comida para comer, enquanto milhões ficam esperando as migalhas cairem das mesas dos ricos? Desde à época da colonização em que os conquistadores aqui chegaram, não vieram com as melhores da intenções, antes vieram com um discurso mentiroso de catequizar ou cristianizar, os “povos sem alma”, mas roubaram nosso pau-brasil, nosso ouro, e estruparam nuitas índias e negras, tudo com aprovação tácita dos catequisadores de índios! Como as fatias do grande bolo dos recursos da nação, era de encher os olhos, os protestantes ianques também cobiçaram uma fatia gorda do bolo brasileiro que se formava, e até hoje continuam, com seus discursos mentirosos, sua propaganda e lixo televisivo, de que todos que não os bajulam, em tese são terroristas e fazem parte do eixo-do-mal, será que estrupar, roubar, mentir, extroquir dinheiro com agiotagem casando inclusive um rombo financeiro em seu país e no mundo todo, apoiado até pouco tempo pelo governo,-(te empresto, mas você me obedece)- estas coisas não são também grande mal, que incluiríamos no mesmo eixo?
Se não bastassem isso, há ainda a mídia que louca por dinheiro, publica, e divulga o que interessa aos supostos donos do bolo. O discurso da mídia serve de berço eterno, e usam alguns chavões: ‘O país do futebol’ “é penta!!’ 'é exssa!' é ‘samba na avenida’, estes episódios embalam o povo, faminto e descalço, maltrapilho, e para baratear os custos dos magnatas, que usam fantasias de descartáveis com a disculpa de ecologia, e respeito ao inteiro ambiente, quando os reais motivos, são os meios de investimentos e um jogo para velar outros assuntos, aplicam uma grande anestesia geral. A educação não pode ser mais sucateada! temos todos de lutar por uma educação melhor, e é urgente propormos quebras de paradigmas postos pela classe dominante, propiciando melhor educação, e critérios mais profundos no que diz respeito a distribuição dos recursos materiais e finaceiros para que se diminua de modo considerável proporcionando um devir maior e mais completo entre todos os ciddãos.
O controle social da população, o controle dos gastos, e mais discussões por meio da internet, com mais transparência nas ações administrativas públicas, para que mais pessoas possam contribuir de modo pro-ativo e construtivo, rumo a melhoria geral da situação de todos os agentes sociais, e das proprias escolas.
É fundamental,não permitir que os recursos esvaiam-se em relatórios falsos fabricados nas entranhas das intituições autárquicas, estaduais, municipais e federais, bem como protestar contra o desvio do dinheiro público, para as mãos dos traficantes do conhecimento. Se você está indignado com esse dois brasis, um de ricos luso-ianques-exploradores, que usam a religiosidade com muleta social, para anestesiar as mentes dos incautos, beijam mãos de clérigos, pegam crianças catarrentas no colo, tudo para dar uma impressão de gente do bem, quando na realidade é exatamente o contrário! Anestesiam tupiniquins, deitados no berço eterno, e dizem que desejam um Brasil melhor, e outro de um povo que em sua grande maioria vive com um salário mínimo, moram de favor ou de horror, não se cale. não se acomode, não se esconda atrás do manto da hipocrisia, evite o narcisismo, faça o seu melhor, no trabalho, na escola, na família, e na vida, participe de modo pro-ativo e use seu tempo livre para encorajar alguém, um jovem, um idoso, uma criança... aproveite cada minuto para ser positivo, otimista, porém realista, não conseguiremos mudar a realidade se nossa mente é retrogada!
Abra os olhos e fique atento para não ser anestesiado também!

Professor Cristino Mendonça.
cristinomendonca@gmail.com


A IGNORÂNCIA TRIUNFA NA REPÚBLICA DAS MEIAS-VERDADES

Prof. Francisco Foot Hardman
publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", Caderno Aliás, em 11/12/2005.

Esta história, como sabemos, vem de muito longe. O império colonial português nunca foi muito chegado a projetos de educação universal. O iluminismo lusitano, tardio e mitigado pela decadência do Estado e sociedade lisboetas durante todo o século XVIII, mais pareceu uma sombra postiça, um barco de casco roto e "idéias fora do lugar". Do brilho perdido de Sagres à retórica reacionária de Coimbra, restava-nos a herança de país sem escola e sem universidade, éramos inigualáveis no Continente. Pois até os arqui-contra-reformistas de Espanha haviam criado, desde o século XVI, algumas universidades, quando não pelo apego ao monumentalismo solene que sucedia a rapinagem fervorosa dos tesouros em terras incas e astecas.
Aqui, o máximo que jesuítas ofereceram foi a língua geral que cooptava povos indígenas, caboclos e sertanejos à condição de catecúmenos de alma partida, como bem analisou Roberto Gambini: catecúmenos, isto é, bons súditos tementes a um único e absoluto Deus, muito bem posto na figura do Estado imperial d'além-mar.
Dizimadas as ricas culturas nativas, desfeitos os laços afetivos e simbolizações dos escravos africanos na viagem sem volta dos navios negreiros, o século XIX e nossa monarquia tropicalista desenhavam, no abismo, os contornos futuros da nação mestiça. Era uma pátria ignorante, mas abençoada por natureza. Violenta, mas festeira. Desigual, mas cordialíssima nos seus rituais de Corte periférica, acostumada a cultivar, desde logo, na dupla e perversa desqualificação do trabalho manual e da formação escolar, os floreios do papo-furado de políticos, párocos, boticários e parasitas. Categorias essas irmanadas, entre outros atributos, na sua incrível capacidade, tão calejada em quase dois séculos de vida nacional, de converter meias-mentiras em meias-verdades.
A técnica do papo-furado não é uma virtude genuinamente nacional, convenhamos. Mas seu aprimoramento talvez seja, rumo a uma tecnologia totalmente aparelhada com recursos do bacharelismo e do publicismo, duas instituições discursivas cujos principais mecanismos forjaram-se ainda no século XIX. A boa literatura brasileira é-nos pródiga de exemplos dessa "política da fabulação" em novelas, contos e crônicas, por exemplo, de Manoel Antônio de Almeida, Machado de Assis, Lima Barreto e João do Rio, para só ficar no período em que se instala e se consolida.
Nesses vinte anos pós-ditadura militar, parece que a afirmação cada vez mais formalista de uma democracia abstrata levou a uma exacerbação institucional da produção da mentira como verdade imposta, já sem meias-palavras. Da direita à esquerda do espectro político, vivemos numa nem tão serena (como gostariam seus patrocinadores) república de mentirosos. Seria preciso dar exemplos? Tenho certeza que não. Nossos mentirosos de grande ou pequeno costado, ademais, não nos deixam mentir. A esse propósito, precisam guardar certo direito de primazia. Sua sobrevivência e reprodução como dispositivo do poder depende da existência, qual contraparte obrigatória, de um vasto deserto de letras, nomes, idéias e rotas: Mar dos Ignotos.
Somente um pouco assim, nesse percurso que é longo, poderíamos começar a entender por que a tragédia da insegurança pública de nossas cidades tem a ver com a deseducação como prioridade das forças governantes. Existe vínculo direto entre barbárie do sistema escolar público de ensino básico e fundamental e a barbárie dos incendiários do ônibus da linha 350 no Rio, bando de meninas e meninos de 13 a 20 e poucos anos, comandados por chefe de tráfico veterano, com seus 25. E vem o prefeito, e vem a governadora e seu secretário de insegurança, e vem o ministro da justiça sempre com o mesmo papo-furado, falando em repressão e prevenção, falando, creiam, em "inteligência no combate ao crime organizado".
Mas, há muito se sabe, os jovens fugiram da escola porque a escola era também uma grande mentira, e os analfabetos funcionais continuam a engrossar os exércitos de famintos, desempregados e soldados do tráfico. E não há coincidência nem acaso entre o fato de que se tem menor inclusão escolar justamente no ensino médio e o fato de o maior índice de homicídios se concentrar entre jovens urbanos pobres e miseráveis de 15 a 25 anos.
No estado de São Paulo, a política de deseducação pública tem um nome certo: Febem, isto é, Terror. Aqui, o governador incentiva a expansão de novos cursos na USP, Unicamp e Unesp como colméias vazias, bloqueando iniciativas dos reitores e da Assembléia Legislativa para aporte complementar mínimo de recursos ao sistema universitário paulista. O binômio ensino-pesquisa que fez sua excelência é conceito inexistente para esse governo, que se alterna entre políticas repressivas conservadoras na segurança e a presença-show do secretário de educação Chalita, para quem pedagogia parece confundir-se com auto-ajuda, de todo modo contribuindo ao desenvolvimento do acervo de nossa incontida vocação ao papo-furadismo.
Continua-se na pantomima das estatísticas medíocres e lenga-lenga das boas intenções. Para além da "ditadura do econômico", em que se deixou atolar também o governo Lula, pode-se dizer que talvez a única via diferencial para um partido que se declarava dos trabalhadores e comprometido com causas populares seria a produção de verdadeira revolução na educação pública brasileira, do primeiro ao terceiro grau.
Mas o que se viu até aqui foi pouco barulho para nada. O Fundeb é ainda promessa tíbia e retardada, como uma não-prioridade que de fato é para Executivo e Legislativo. O sistema de cotas raciais ou sócio-econômicas revela-se paliativo de efeito supérfluo, já que inócuo quanto às causas do problema. E o Pro-Uni vem a ser outra tremenda enganação para os mais pobres: engordará com dinheiro público muitas fábricas de diploma abrigadas na mística sigla Uni que o ex-ministro Paulo Renato tanto promoveu e deixou rolar, e que certamente só universaliza o que tem sido o trunfo dos poderes na vida republicana: a santa ignorância. Só que agora mobilizada na venda mentirosa de "ensino superior", superiormente ignara e iludida. O acesso dos pobres, nesse caso, na triste condição de massa passiva, alimentará engrenagem lucrativa de modernas espeluncas que ninguém ousa fechar, faculdades de latão ou "marca barbante", como dizia saudoso tio-avô. Muitas, porém, em belos caixotes bem pintados, boas fachadas, ao molde de nossa melhor hipocrisia.

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